terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Instrumentos de Metal


Origens e um pouco sobre a sua história


 Trompa:

Origem; Antiguidade, instrumentos feitos de chifres, madeiras, caules e marfim.

  A trompa é um Instrumento não temperado da família dos metais que é utilizado em orquestras na maioria das vezes próximo às madeiras, possui o tubo mais comprido da família e algumas trompas possuem afinação dupla ou tripla.

  O musico trompista também usa a sua mão direita para afinar notas utilizando-a  dentro da campana. Na época em que eram utilizadas as trompas naturais, antes da invenção do sistema de pistos, os músicos utilizavam a mão na campana para tirar outras notas a partir das notas naturais. Geralmente os trompistas lêem partituras em clave de sol.


Trompete:

 Origem; Antiguidade, instrumentos feitos de cana, bambu, madeira ou osso.

  O Trompete é um instrumento da família dos metais, não temperado, possui três pistos e utiliza uma bomba no primeiro e outra no terceiro pisto para corrigir a afinação. O trompete foi muito utilizado no período barroco e até hoje é aproveitado pelas orquestras e grupos de musica dos mais diversos tipos.

  Foi muito utilizado em eventos militares e hoje em dia é um dos instrumentos mais importantes para às bandas marciais. O instrumento possui um ancestral que não tem pistos e que utiliza apenas as notas naturais da série harmônica. O registro agudo do trompete é muito utilizado pelos compositores, o trompete mais comum é o afinado em Sib e geralmente os trompetistas lêem as partituras em clave de sol.  


  Trombone:
  Origem; Inventado por Spartano Tyrstem no final do século XV, conhecido também na idade média como “Sacabucha”.

  Considerado o instrumento que mais se aproxima da voz humana, possui uma válvula móvel conhecida como “vara” que permite ao instrumento a produção de escalas cromáticas. Existem também trombones de pisto, os trombones são muito utilizados em bandas marciais e assim como o trompete é muito importante para esses tipos de bandas, não é a toa que trombone em italiano significa “trompete grande”.
   
  Os trombonistas podem controlar a afinação também através da própria vara afinando rapidamente notas que em determinadas passagens possam ficar mais baixas ou mais altas. O trombone possui sete posições, quanto mais se abrir à vara mais notas graves podem ser tocadas, alguns trombones possuem um rotor que permite alcançar o Mi natural grave e abaixar em meio tom qualquer nota. Os trombones podem ser de três tipos, trombone tenor, tenor-baixo e baixo geralmente os trombonistas lêem partituras em clave de Fá e em clave de Dó, nas orquestras são utilizadas principalmente as partituras em clave de Dó.
 

  Tuba:
 Origem; A Tuba tem como avô o “Oficleide”, um tipo de trompa grave utilizada por volta do ano de 1800. Existia também o Helicon antecessor do atual Sousafone. O Sousafone foi criado por John Philip Sousa e é o mais fácil para transporte em execução.

  A Tuba é o instrumento mais grave da família dos metais, possui de três a cinco pistões ou rotores. A mais comum e utilizada é a Tuba 3/4, mas existem também a Tuba Sinfônica, mais utilizada em orquestras, e o Sousafone bastante utilizado em bandas marciais. A Tuba é muito recente e por isso existem poucas peças solo para o instrumento que geralmente é utilizado para fazer o baixo e sustentar o setor de metais.



 Todos os instrumentos de metal são formados por três partes essenciais: o bocal, o corpo  e a campana.



 Sites que eu considero importantes para o conhecimento mais aprofundado desses instrumentos:

Trompa: origem, forma, afinação, tessitura.


Trompa: História e curiosidades.


Trompete: Origem, história, mitologia e músicos conhecidos.


Site de Fernando Dissenha, grande Trompetista.


Um pouco sobre o trombone.


Trombone: Origem, história e modelos.


Bocato, Grande Trombonista.


Tuba: Origem e história.


Arnold Jacobs, um dos melhores Tubistas de todos os tempos.


Base para o aprendizado de instrumentos de metal.

10 humildes dicas para quem pretende tocar um instrumento de metal.



1ª Dica: Estudar a história da música.

Introdução

     Para se tornar um músico é bom conhecer a história da música e a sua importância para a humanidade. Se a música existe até hoje é por que marcou o mundo e tem uma história muito forte, conhecer um pouco sobre a história da música logo fará o instrumentista ver o “peso” que um instrumento musical tem em suas mãos e não vai tratá-lo como brinquedo.

    Ouvir um instrumento de metal mal tocado por alguém que valoriza a história da musica é mais bonito para os meus ouvidos do que ouvir um instrumentista que toca bem, mas nem tem idéia de como surgiu o seu instrumento e não sabe nada sobre a importância da música. Eu sinto mais prazer em ouvir uma criança tocando mal com amor do que ouvir um profissional que debocha de seus ouvintes e não demonstra a importância que tem a música para si mesmo.

A importância do estudo histórico
  
      O estudo da história ajuda o instrumentista a interpretar melhor às músicas, pois cada compositor tem uma época e cada época tem determinadas características que vão influenciar a produção musical. É importante também observar os eventos que fizeram parte da vida dos compositores, porque isso vai influenciar muito a maneira como se interpreta uma peça composta em determinada fase do artista.

     A música começa a se desenvolver na antiguidade passando pela idade média, renascença, barroco, classicismo, romantismo, modernismo e chega aos dias de hoje como música contemporânea, termo que apenas significa que a música é de nossa época. A música carrega as características da época e do local onde foi desenvolvida, seja a música erudita ou popular. Assistindo ao Jô Soares, eu vi a entrevista de uma cantora lirica chamada Carmem Monarcha, integrante da orquestra de André Rieu, e achei muito interessante o que ela falou sobre a música classica e a música popular, ela disse que o que existe é  "boa musica", ou seja, não é a época nem a origem que torna uma música melhor ou pior do que outra, mas sim a sua qualidade e é o ouvinte quem define o que é bom e o que não é.

      Jô Soares entrevista Carmem Monarcha.


     Particularmente gosto de duas músicas que são de origens e épocas completamente diferentes como “O que é, o que é” de Gonzaguinha, filho do rei do baião, e a “Air on the G string” de Sebastian Bach. Olhe só, um foi filho do rei do baião e viveu numa favela e o outro filho de músicos que viviam na Alemanha. Escute as duas músicas.

 “O que é, o que é” de Gonzaguinha.

“Air on the G string” de Sebastian Bach.




   Para se tocar bem um instrumento de metal é muito importante conhecer a história da música.

Links com livros sobre a história da música.

História da musica universal

História da música erudita brasileira

História da música popular brasileira

2ª dica: Estudo da teoria musical básica




2ª dica: Estudo da teoria musical básica


Introdução

     Para tocar um instrumento como uma trompa, trompete, trombone ou tuba é importante conhecer primeiro o lugar onde se vai pisar, a teoria musical vai dar a base necessária para se alcançar esse objetivo. A teoria vai facilitar o entendimento das músicas e o entendimento do instrumento, com a teoria é possível compreender como funciona uma partitura e suas partes. A leitura de partituras é muito importante para se tornar um bom instrumentista.

    Veja esse lindo vídeo da CCB sobre os elementos fundamentais da musica.


  
Livros e temas importantes para estudo

    Os livros que eu recomendo são três: Princípios da música para a juventude de Maria Luísa de Mattos Priolli (Vol.) 1 e 2 e Teoria da música de Bohumil Med. Esses livros começam ensinando o básico, o que é importante para quem está iniciando num instrumento, começando com a definição da música e seguindo por assuntos como notação musical, divisão e temas relacionados à harmonia e enarmônia. Existem também alguns cursos de teoria on-line muito bons e gratuitos, eu vou mostrar o link de alguns desses cursos.

   É bom estudar esses três livros e prestar atenção, pois existem alguns termos com nomenclaturas diferentes. Alguns aceitam mais as nomenclaturas propostas pelo Priolli e outros concordam mais com as nomenclaturas desenvolvidas por Bohumil Med.

    Esses livros são muito didáticos e possuem exercícios para uma melhor sintetização dos assuntos. É importante fazer os exercícios e não apenas ler os livros, não vai ajudar muito apenas passar o olho nos capítulos, cada capitulo deve ser estudado até chegar ao ponto de não haver mais dúvidas e a partir daí passar para o próximo capítulo. Seguindo esse caminho é impossível ler os livros sem tirar proveito de suas informações.
  


   A teoria básica dará ao instrumentista a base para seguir o caminho maravilhoso do aprendizado e execução musical.  


Links de livros e cursos de teoria musical.

Teoria musical.


Cursos de teoria musical on-line.



terça-feira, 25 de janeiro de 2011

3ª dica: Conhecimento do próprio corpo.

3ª dica: Conhecimento do próprio corpo.


 
Introdução.


   O instrumento é extensão do corpo e é preciso controlar o corpo para dominar o instrumento. O ser humano desde o inicio de sua vida quer compreender tudo, coloca coisas na boca quando bebê, procura conhecer o próprio corpo quando adolescente. Isso tudo é necessário para que a pessoa se desenvolva como um ser capaz de viver em sociedade, o homem precisa desde o inicio experimentar e escolher o que gosta e saber o que os outros gostam, o que é, e o que não é normal para os seus semelhantes.  
 

O corpo e o instrumento de metal.


    Na hora de aprender a tocar um instrumento de metal não é diferente, precisamos  compreender como o nosso corpo precisa agir para alcançar o domínio de um instrumento,  prestar atenção nas reações corporais. É importante saber que cada um tem um corpo, tem uma estrutura e cada um tem um limite e esse limite pode ser superado através de exercícios.
  
    Existem algumas partes do nosso corpo que são muito importantes para a execução dos instrumentos de metal, como o abdômen, o diafragma, os pulmões, a língua e a boca. O nosso corpo funciona naturalmente como uma única estrutura, as partes são dependentes de outras que dependem de mais alguma, quando se toca é importante pensar no corpo como um todo que funciona em prol de uma boa execução. É importante desenvolver o abdômen, o diafragma e os outros descritos acima, mas, não podemos deixar de pensar no corpo como uma unidade, corpo mente e alma são um só.  
   

            Vejamos alguns desenhos do corpo humano:


 Fig.1



Fig.2
   
    Alguns instrumentistas cometem o erro de falar a conhecida frase, “respire pelo diafragma!”. Já pensou! O diafragma virar pulmão (fig.1), o diafragma é importantíssimo para a respiração, mas o ar não passa por ele. Essa triste frase leva muitos iniciantes a terem uma compreensão errônea do seu corpo, dificultando ainda mais o desenvolvimento de uma boa respiração abdominal. Existem três tipos de respiração, a clavicular, a intercostal e a abdominal, para o instrumentista de sopro a abdominal é a melhor, a intercostal é muito usada na natação e a clavicular é considerada a mais prejudicial para o corpo.




Como funcionam algumas partes do corpo durante a execução instrumental e a respiração abdominal.


     O abdômen: funciona como base de sustentação do diafragma ajudando no trabalho respiratório. O abdômen fica abaixo do diafragma (fig.1) e funciona como uma base que dependendo da necessidade durante a execução pode ser mais, ou menos rígida. É bom ter músculos abdominais fortes para ser um bom músico, mas também existem instrumentistas "barrigudos" que tocam mais do que “fortões”, Arturo Sandoval é um exemplo, não quero dizer que ele tem um barrigão, mas é aquela história, cada um tem uma estrutura e cada um tem os seus limites.
   
     O diafragma: é um músculo que fica entre o abdômen e os pulmões auxiliando a respiração. Não se pode confundir a função do diafragma com a dos pulmões, o diafragma atua junto com outros músculos, ele estica a base dos pulmões na inspiração possibilitando uma quantidade maior de ar absorvido, e auxilia a expiração comprimindo os pulmões. Essa quantidade maior de ar é importante para a execução de um instrumentista, nessa operação o abdômen auxilia o diafragma dando apoio à respiração. O endurecimento do abdômen da o apoio e a quantidade de apoio depende da altura e da intensidade das notas.


     Os pulmões (fig.1): são os principais órgãos do sistema respiratório e ao contrário do que imaginam, os pulmões não são como bolas de aniversário vazias que se enchem com ar, os pulmões são na verdade como esponjas cheias de ramificações que possuem a função principal de oxigenar o nosso corpo. O músico além de conseguir ar para o seu corpo ainda precisa de ar para o seu instrumento, ou seja, quem toca tem que ter uma técnica de respiração mais aprimorada que a das pessoas normais. A respiração abdominal é a mais adequada para o instrumentista de sopro.


      A língua (fig.2): a língua é muito importante para o músico, ela divide as notas, regula a pressão do ar e o espaço existente na boca. O controle do espaço na cavidade bocal permite um domínio maior das mudanças do registro (grave, médio e agudo), a língua também é responsável pelo ataque das notas.

      
       A boca: a boca atua como corpo vibratório que produz o som, auxiliada por outras partes do sistema respiratório. O ar atravessa os lábios e os faz vibrar produzindo uma vibração chamada de “besourinho”, essa vibração vai produzir um som no bocal, que vai se amplificar pelo corpo do instrumento e sair pela campana, a ultima parte amplificadora do som.


A boca e a embocadura ideal.


      Os dentes também são muito importantes e auxiliam a boca na produção do som, sem os dentes é difícil até falar, imagine então produzir som através de um bocal sem os dentes. Cada instrumento exige uma determinada porção da boca e quanto maior o bocal, maior vai ser a parte que vai vibrar para produzir o som, a embocadura ideal para o instrumentista de sopro é a que: não pressiona muito os lábios no bocal, alcança a vibração através dos músculos dos lábios e seus circunvizinhos, não deixa o ar escapar pelos cantos da boca e mantém o queixo no formato da letra “u”. È bom saber também que cada um tem um tipo de boca, um tipo arcada dentária e um tipo de língua, a embocadura ideal cada pessoa alcança de acordo com as suas características físicas, tendo como base essas "regrinhas" citadas acima.

               


  O instrumentista que conhece o seu corpo, conhece melhor os seus limites e aprimora as suas habilidades.



Exercícios de respiração para instrumentos de metal:

Fotos:

Sistema respiratório/ ventilação.

Fonte:

O corpo humano.

Bibliografia:

- Experiência própria de vida.
- Princípios básicos da execução de instrumentos de metal. Texto de J. Angelino Bozzini, 1999. Weril Instrumentos Musicais Ltda.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

4ª Dica: conhecimento do instrumento.


4ª Dica: conhecimento do instrumento.


Introdução:


    O instrumento é extensão do corpo e o instrumentista que tem conhecimento de suas possibilidades mais facilmente poderá entender o seu instrumento. Quem conhece melhor o próprio corpo vai desbravar mais tranquilamente um instrumento de metal, o entendimento dos limites e possibilidades do corpo vai facilitar também a escolha do iniciante. Por exemplo, uma criança dificilmente poderia tocar um Sousafone ou até uma Tuba tenor, para 90% das crianças de nosso país esses instrumentos são grandes demais e dificultaria a execução. Esse é um exemplo básico que mostra o quão importante é o conhecimento do próprio corpo e também do instrumento, demonstra também a idéia de que um é extensão do outro e devem estar em equilíbrio.


De onde saem os instrumentos de metal.


    Quando a gente vê em nossas mãos um instrumento pronto e acabado às vezes nem deve passar pela nossa mente a idéia de como esse instrumento foi feito e os caminhos que percorreu até chegar ao seu destino.  A gente não pode nem dizer que foi a cegonha os trouxe porque esses instrumentos são pouco acessíveis a maioria da população e são comprados em lojas que dependendo da localização cobram muito caro. Graças a Deus existem alguns poucos projetos sociais que abrem a oportunidade para mais pessoas, hoje em dia encontram-se marcas de instrumentos mais baratas que também estão abrindo as portas de acesso a musica instrumental. Um exemplo é a Michael, já vi um trompete novo dessa marca ao preço de 300 reais o instrumento não é maravilhoso, mas para o aprendiz “quebra um galhão”.
  
    Os instrumentos são fabricados em diversas empresas pelo mundo a fora e é de lá que eles vêm.  Os instrumentos musicais antes do século XVI eram utilizados para funções como a de acompanhar cantos e marcar compassos, ou seja, não se trabalhava muito a musica instrumental e é provável que o canto fosse muito mais aproveitado e desenvolvido nessa época.  Hoje em dia os instrumentos musicais são fabricados em grandes quantidades por fabricas que até criaram escolas e materiais de estudo com o objetivo de divulgar a musica instrumental, raramente são encontrados instrumentos artesanais a maioria deles são fabricados em série.   




A história de algumas fabricas.
  
  
História da Vicent Bach.

     Uma das marcas de instrumentos de sopro mais conhecidas é a Vicent Bach, esta empresa foi fundada por um musico chamado Vicent Schrotenbach (Vicent Bach) que foi iniciado no violino mais logo depois resolveu mudar para o trompete. A Vicent Bach Corporation fabricava instrumentos musicais de metal que levavam nomes como Minerva, Mercúrio, Mercedes, Stradivarius e Apollo. Vicent Schrotenbach era de origem austriaca e como muitos europeus, fugiu da Europa durante a primeira guerra mundial e foi tentar a vida no continente americano no seu caso mais precisamente em Nova York. Em 1961 a empresa foi adquirida pela Companhia Selmer que manteve as técnicas e os projetos desenvolvidos por Schrotenbach e criou uma marca especial chamada Bach Stradivarius que até hoje é vendida no mundo todo e são super valorizados como instrumentos de ótima qualidade. 


História da Yamaha corporation.

       Outra marca de instrumentos conhecida nos tempos atuais pela sua qualidade é a YAMAHA. Esta empresa é considerada hoje a maior fabrica de instrumentos musicais do mundo e não só fabrica instrumentos como também artigos que vão desde áudio e vídeo até veículos e produtos de tecnologia da informação.  O principal responsável pela existência dessa empresa é o japonês Torakusu Yamaha que consertava órgãos avariados em uma escola primaria e criou na parte final do século XIX o primeiro órgão de bambu do Japão dando o primeiro passo para a formação da atual Yamaha corporation. A Yamaha tem como símbolo três diapasões e produz instrumentos musicais de vários tipos como pianos, flautas, guitarras, percussão, violoncelos, violinos, violas, vibrafones, violões, guitarras, baixos e sopros (madeiras e metais). 


História da Conn-Selmer Inc.

      Os primeiros vestígios da família Zelmer (sobrenome original da família) datam do século XVIII na região de Lorraine zona rural da França. Dois descendentes da família Henri e Alexandre Selmer (sobrenome atual) se formaram no conservatório de Paris como clarinetistas, Henri atuou em grupos como a Banda da Guarda Republicana e no inicio do século XX abriu uma loja em Paris voltada a comercialização de boquilhas e palhetas, logo depois trabalhou em obras de reparação e customização de instrumentos passando também a fabricar clarinetes. Alexandre Selmer foi o principal clarinetista da Orquestra de Boston, Orquestra Sinfônica de Cincinnati e da Orquestra Filarmônica de Nova York, ele abriu no inicio do século XX uma pequena loja de varejo em Nova York com o objetivo de comercializar os produtos Selmer e logo depois foi agraciado com uma medalha de ouro na Exposição de Saint Louis da Feira Mundial de 1904. Em 1918 Alexandre retornou a Paris e ao seu irmão que também prosperava e deixou ao funcionário George Bundy o direito de distribuir os produtos Selmer nos Estados Unidos.  
    
     Com um clarinete já bem aceito e vendido Bundy passou a ter como objetivo produzir flautas com a marca Selmer. Ele contratou George W. Haynes, importante membro de uma família famosa por fabricar flautas, para desenhar as flautas Selmer “Original Haynes” e “Master Flute”, logo depois a Selmer Flute Manufacturing foi transferida para Boston onde existiam diversas fabricas famosas de flauta transversal, Bundy também trouxe da Alemanha um jovem artesão chamado Kurt Gemeinhardt com objetivo de manter a boa posição das suas flautas no mercado. Querendo expandir mais os seus negócios Bundy percebeu que seria necessário deixar à cidade de Nova York e ir para Elkhart, estado de Indiana, a capital dos instrumentos de banda. O showroom permaneceu aberto em Nova York até 1951 quando fechou as portas.

     A indústria dos instrumentos de banda cresceu rapidamente entre 1960 e 1970 graças ao chamado “Baby Boom” que elevou o numero de crianças em idade escolar que participavam dos programas voltados a musica nos Estados Unidos. Aproveitando a oportunidade e querendo reforçar a sua posição de liderança no setor a empresa foi adquirindo o controle de outras fabricas: Vincent Bach Corporation (1961), Buescher Band Instrument Company (1963), boquilhas Brilhart (1966), instrumentos de palheta dupla Lesher (1967), Glaesel String Instrument Service (1977), Ludwig Drum Company (1981), Wm. Lewis & Son (1995).  Hoje com o nome de Conn-Selmer Inc. a empresa adquiriu outras marcas e continua conservando as mesmas características individuais de cada uma delas.
   
      Marcas utilizadas pela Conn-Selmer Inc.: Armstrong, Avanti, Bach, Benge, Emerson, King, Galway Spirit Flutes, Glaesel, Hanri Selmer Paris, Holton, Leblanc, Ludwig, Musser, Noblet, Prelude, Scherl & Roth, Selmer, William Lewis & Son, Vito, Yanagisawa.
      

História da Weril (empresa brasileira).

       Dentre as empresas brasileiras de instrumentos musicais uma das que mais se destacam é a Weril. Hoje em dia praticamente todos os brasileiros conhecem essa marca e já viram alguns de seus instrumentos, a Weril foi fundada em 1909 pelo italiano de origem austríaca Pedro Weingrill. Que curioso! O grande Vicent Schrotenbach também era de origem austríaca, será que a Áustria tinha uma fabrica de bons artesãos e futuros empresários ou será que eles são um caso a parte? Pelo menos a Weril ainda não foi comprada por outro grupo como aconteceu com a Vicent Bach e é uma empresa brasileira que já tem destaque internacional exportando os seus produtos para mais de quarenta países.
   
     A Weril também tem uma história ligada às fanfarras e talvez seja a única empresa que investe sério no setor. A empresa patrocina vários eventos ligados a fanfarras e ainda elabora manuais que ensinam a montar concursos. Além das fanfarras a Weril também visa às bandas filarmônicas e até ajudou a criar um dos melhores métodos de iniciação musical que existe no Brasil o Da Capo de Joel Barbosa que trabalha com o ensino de instrumentos de banda como o bombo, a caixa e instrumentos de madeira e metal como o Clarinete e a Tuba. Com relação à valorização da educação musical, a divulgação do ensino de instrumentos e o desenvolvimento de grupos voltados a pratica musical pode-se ter certeza que a Weril está de parabéns, pena que nem todas as empresas que fabricam instrumentos em nosso país são tão empenhadas quanto a Weril na divulgação da musica a grupos amadores e de iniciação.        




Instrumentos de metal: matérias primas e fabricação.

 
   Tive que pesquisar muito para encontrar informações sobre as matérias primas utilizadas em instrumentos de metal. Praticamente não existe nada sobre o assunto escrito em português diretamente ligado a esses instrumentos ou com informações suficientes, pesquisei em alguns sites escritos em inglês para encontrar outras respostas.

   Os instrumentos de metal são universalmente feitos de (Bronze) nome dado a uma série de ligas metálicas formadas basicamente por cobre, estanho e porções de elementos como o zinco, alumínio, antimônio, níquel, fósforo, chumbo, entre outros. Esses elementos são combinados de varias maneiras com o objetivo de superar as características do cobre. O tipo mais comum de bronze usado na fabricação dos instrumentos de metal é o “Yellow Brass” Bronze Amarelo, formado por 70% de cobre e 30% de zinco, além desse existem o “Gold Brass” Bronze Ouro, formado por 80% de cobre e 20% de zinco e o “Silver Brass” Bronze Prata, formado por cobre, zinco e níquel.          O “Gold Brass” Bronze Ouro é conhecido por ter uma coloração semelhante ao ouro e também por proporcionar um timbre especial ao som, além dessa liga existem outras que podem ser utilizadas em partes especificas do instrumento como a campana, um exemplo é o “Ambronze” formado por 85% de cobre, 13% de zinco e 2% de estanho, esse material é outro conhecido por sua capacidade de aprimorar o timbre dos instrumentos.

    Existem também Sousafones que tem como maior parte de sua matéria prima à fibra de vidro, o instrumento com esse tipo de material fica mais leve e facilita muito a execução em quanto se está marchando. Não é a toa que em bandas marciais americanas os músicos tubistas conseguem fazer aquelas coreografias impressionantes. Superfícies de algumas partes dos instrumentos como os tubos de deslizamento podem ser revestidas por cromo ou liga de níquel para diminuir o atrito, os tubos compõem partes periodicamente retiradas para lubrificação ou movimentadas para afinar o instrumento, como os tubos da válvula principal. A chave que abre a saída da saliva tem uma parte revestida com cortiça impedindo o choque da chave com o cilindro, os pistos também possuem um revestimento de feltro na área onde ocorre o encontro entre a parte interna dos pistos e os “botões” que fecham parte interna.                   

     Assistam a esses vídeos e vejam algumas das etapas de fabricação dos instrumentos de metal:

     Metais em geral.


   
    Fabricação do Trompete.




     Depois de fabricados os instrumentos passam por testes feitos por músicos profissionais que avaliam principalmente o som do instrumento, avaliam o tom a afinação e observam se o instrumento esta dentro de sua faixa dinâmica desejada. As empresas de grande porte contratam esses músicos para trabalhar em tempo integral, as outras empresas menores geralmente dependem de si mesmas ou então dos clientes que compram os produtos e depois dão a sua avaliação. Os instrumentos depois de uma longa viajem chegam à mão do cliente e com o uso existe também o desgaste natural, por isso é importante conservar o instrumento o máximo possível até que venha a ser necessário fazer algum reparo, muitos fabricantes dizem que um instrumento bem conservado pode ser utilizado por até dez anos.




Quem conhece bem o seu instrumento tem chances maiores de explorar ao máximo suas possibilidades.



Manuais de manutenção de instrumentos Yamaha.

http://www.yamahamusical.com.br/paginas/institucional/atelier/manuais_sopro.htm




Fontes de pesquisa:

RR Metais Ltda.

Conn-Selmer (Vídeo sobre fabricação de instrumentos).

Made How (fabricação do Trompete).

Made How (fabricação da Tuba).

Wikipédia (fabricação dos instrumentos de metal).

Musica e adoração (manutenção de instrumentos).

Wikipédia (musica instrumental).

Bach (instrumentos musicais).

Yamaha musical.

Mundo das marcas.

Selmer.

Conn-Selmer.

Weril.

Visita a fabrica da Weril.